Carmilla é um revolucionário na literatura de horror e mistério, escrito por J. Sheridan Le Fanu, em 1872. Essa obra influenciou diversos outros livros sobre vampiros, e um dos mais famosos é Drácula, escrito por Bram Stoker.
Um dos pontos que mais chama atenção no livro, é o fato de Carmilla ser a primeira vampira lésbica do período gótico. O autor enfatiza o fato de ela apenas atacar mulheres e ao mesmo tempo que ela desenvolve uma paixão mortal por suas vítimas.
Esse livro é um conto de horror, narrado pela Laura, um jovem que vive insolada em um castelo (Schloss) nas Estirías. A história é bem curta e fácil de ler, tendo apenas 16 capítulos que nem chegam a 4 páginas. Admito que imaginei um conto maior, mas para a minha surpresa o livro é menor que minha mão.
No conto, Laura estava apreciando o céu com seu pai e outras duas mulheres que morava com eles, quando de repente ocorre um acidente na estrada próxima ao Schloss. Preocupados foram logo oferecer ajuda e encontraram uma garota bastante debilitada e sua mãe misteriosa.
A pedido da mãe que precisava completar sua viajem de importância vital e que não podia levar a filha, pois ela estava muito doente, pediu que cuidassem dela enquanto estava longe. Seu pai aceitou mantê-la em seu castelo até o retorno da mãe.
A garota em questão, era denominada Carmilla, e possui hábitos muito estranho, como o de acordar super tarde e tomar apenas um chocolate quente e nada mais, além disso pontuava que não podia contar nada do seu passado e do que sua mãe fazia, a única coisa que sabiam dela era o nome. Apesar disso, as duas garotas começaram a passar grande tempo juntas e desenvolverem uma relação profunda.
Nesse meio tempo, notícias rondavam ao redor da cidade, garotas estavam ficando doente, deliravam e acabavam falecendo. Laura, começa a se preocupa pois os sintomas eram parecidos aos seus, os sonhos que a assombravam na infância haviam voltado e com ele, alguns delírios.
Apesar de haver um laço íntimo entre as duas, não podemos dizer que há representatividade lésbica. O livro foi criado no século XIX (19), quando relações homo afetivas eram vistas como uma doença. A intenção desse autor não foi representar e sim mostrar a sexualidade da condessa como uma das características lasciva que ela tinha, além do fato de ser uma vampira.
Podemos também ver que a única mulher negra na história foi descrita como horrenda e que usava um turbante brilhante. E sim, eu sei que foi em um tempo passado e que essa ações era considera “normais”, mas isso não impede que falemos sobre o assunto.
O livro foi um grande barco para a literatura sobre vampiros, e eu gostei ler essa obra pelo fato de eu entender de onde veio muitas ideias dos contos nos dias de hoje. Uma mistura de horror e sedução, o despertar da maturidade, do amor e da repulsa. Para os amantes da literatura gótica, eu recomendo muito. Não concordo em muito das ações e representações dos personagens, mas em relação ao desenvolvimento vale muito a pena dá uma olhada.
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Essa a primeira de diversas resenhas que planejo fazer. Apesar de tê-la refeito diversas vezes acabei deixando passar alguns erros, espero que me perdoem. Deixem a sua opinião nos comentários, amarei discutir sobre o livro.
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